SANDRA MERLO

Fonoaudióloga especialista em fluência e gagueira.

Formação clínica e científica continuada.

  • Pessoa com gagueira
  • Fonoaudióloga clínica (CRFa-2 11.749)
  • Especialista em Fluência (CFFa 6898/17)
  • Graduação em Fonoaudiologia pela USP (campus da capital) em 2000. Iniciação científica: “Disfluências normais durante a produção da linguagem oral no adulto“, com orientação da Profª Drª Letícia Lessa Mansur (in memoriam) e financiamento da FAPESP.
  • Mestrado em Linguística (Fonética/Fonologia) pela UNICAMP em 2006. Título da dissertação: “Hesitações na fala semi-espontânea: análise por séries temporais“, com orientação do Prof. Dr. Plínio Almeida Barbosa e financiamento da CAPES.
  • Doutorado em Linguística (Fonética/Fonologia) pela UNICAMP em 2012. Título da tese: “Dinâmica temporal de pausas e hesitações na fala semi-espontânea“, com orientação do Prof. Dr. Plínio Almeida Barbosa e financiamento do CNPq.
  • Responsável pelo mais longevo blog sobre gagueira em língua portuguesa (desde 2012).
  • Como ex-aluna USP, tem acesso ao Portal de Periódicos da CAPES, o que possibilita a leitura de artigos científicos atuais sobre fluência e gagueira, publicados nacional e internacionalmente.
  • Membro fundadora do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF). Vice-presidente desde 2018. Diretora científica de 2006 a 2018.
  • Membro fundadora da Associação Brasileira de Gagueira (Abra Gagueira). Diretora presidente no período de 2004 a 2006.
  • Publicação de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais: currículo LATTES (aqui).
  • Participação em eventos científicos no Brasil, Bélgica, Croácia, Estados Unidos, Irlanda e Japão.
  • Colaboração com a mídia, concedendo entrevistas para emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas.
PROFISSIONAL
Meu interesse pela linguagem falada
do pessoal ao profissional.
Meu interesse por questões relacionadas à fala e à fluência partiram da minha experiência pessoal com a gagueira.

Comecei a gaguejar muito cedo e não tive a oportunidade de fazer qualquer tipo de tratamento na infância ou na adolescência. A convivência diária com a gagueira me trouxe muitas dúvidas: por que eu gaguejava? Por que gaguejava mais em algumas situações e menos em outras? Haveria algo que pudesse ser feito para melhorar?

Para responder a perguntas como essas, decidi cursar a graduação em Fonoaudiologia. Ao longo do curso, também fiz tratamentos para melhorar minha fala. O mestrado e o doutorado em Linguística foram tentativas de compreender mais sobre a dinâmica da fluência da fala.

Atualmente, tenho respostas para muitas das dúvidas que me inquietavam e curiosidade de saber outras tantas. Por isso, mantenho um blog, o qual é constantemente atualizado. Até onde sei, é o único blog em português dedicado à gagueira e à fluência. Meus pacientes logo se habituam ao fato de eu estar sempre estudando e testando algo novo.

Com o conhecimento disponível hoje em dia, é possível delinear hipóteses consistentes sobre o que causou a gagueira de determinada pessoa (em certos casos, é possível comprovar a causa). Também é possível compreender por que a gagueira é mais intensa em determinadas situações e mais branda em outras: fatores linguísticos, emocionais e neurológicos podem explicar essas oscilações de fluência. Ou seja, é possível compreender uma série de aspectos da dinâmica da gagueira em geral e da dinâmica da gagueira de uma pessoa em particular.
Também dispomos de variadas estratégias terapêuticas. É verdade que essas estratégias não são eficazes em todos os casos, mas há avanços significativos nas terapêuticas da gagueira. Como fonoaudióloga, estudo e ofereço técnicas comportamentais de fala para melhorar os sintomas da gagueira. Existem diversos exercícios facilitadores para a musculatura de fala, bem como exercícios diretos para a fluência da fala. Quando os exercícios corretos são selecionados e quando o paciente pratica os exercícios com regularidade, a melhora não tarda a aparecer.

Dependendo do caso, também podem ser necessários acompanhamentos paralelos: ajustes na postura (com o fisioterapeuta), ajustes nos contatos das arcadas dentárias (com o dentista), melhora da respiração (com o otorrinolaringologista ou pneumologista), ajustes no funcionamento cerebral (com o neurologista), melhora do equilíbrio emocional (com o psiquiatra, psicólogo ou psicanalista).

No passado, minha experiência com a gagueira era muito negativa: as situações de estresse eram diárias. Entretanto, ao longo do tempo fui percebendo que, com as estratégias terapêuticas adequadas, a melhora se estabelece e é duradoura. E isso é o mesmo que geralmente vejo acontecer com meus pacientes. Minha experiência pessoal também me mostrou que não há idade para melhorar da gagueira: não são apenas as crianças e os adolescentes que melhoram, adultos também.

Há casos que não melhoram? Sim, há. São os casos mais desafiantes. Por que não houve melhora? As respostas podem ser variadas: pode ser que ainda não tenhamos estratégias terapêuticas adequadas àquele caso, pode ser que as estratégias terapêuticas não tenham sido bem escolhidas, pode ser que o paciente não se dedique à prática dos exercícios e à sua melhora. Seja qual for o motivo, os casos em que a melhora da fala não ocorre são aqueles que nos colocam no limite do conhecimento e que exigem novas respostas.

Para finalizar, gostaria de dizer que ter gagueira não precisa ser uma experiência frustrante, estressante e dolorosa. Existem percalços, é verdade, mas que podem ser superados. Como diz a máxima: "Nada resiste ao trabalho".

Produzido por
Copyright © 2013-2024 | SANDRA MERLO • Todos os Direitos Reservados